A Águia Solitária - Danielle Steel

"Amar não é nada fácil. É preciso ceder, ultrapassar barreiras e lutar para vencer. Em seu 51° romance, A Águia Solitária, Danielle Steel conta a história de um amor, iniciado na Segunda Guerra, que precisou atravessar décadas para ser realizado. 

Numa tarde gelada de dezembro de 1974, Kate Jamison recebe um telefonema que desperta lembranças do passado, de quando conheceu o único homem que amou. Suas memórias se voltam para o Natal de 1940, quando viu Joe Allbright pela primeira vez. 

Kate, uma americana de 17 anos, conheceu Joe Allbright, um ousado aviador, numa festa de debutante às vésperas de Pearl Harbor. Mesmo completamente interessados um pelo outro, eles não puderam ficar juntos. Naquele momento Joe estava totalmente comprometido com sua carreira e a guerra fez com que tomasse uma dolorosa decisão que modificaria para sempre a vida de ambos. Utilizando a Segunda Guerra como cenário, Danielle Steel cria mais uma história emocionante e irresistível. Um romance de amor e sacrifício sobre um homem fora do comum, a mulher que o amou e um vínculo tão forte que nunca poderia se partir. 

Mal sei como começar. Muitos podem se desanimar ao ler o prólogo, pois começa com a morte de Joe, ao final de tudo. E peço que, por favor, continuem a ler o livro. Afinal, se a gente lesse um livro apenas para saber como ele acaba, pularíamos logo para as últimas páginas, não é mesmo? Não sei bem como descrever esse livro, tamanho o meu choque com seu conteúdo. “Fora uma dança mágica durante trinta e quatro anos, cujos passos não foram fáceis para nenhum dos dois aprender.” Verdadeiramente, a vida deles fora uma dança mágica, mortal e muito, muito difícil. Acho que não há maneira melhor de descrever o que eles passaram juntos, e nem em como passaram. Por isso digo que o livro foi sufocante, pois foi assim que me senti a maior parte do tempo. Não de uma maneira ruim. 

O amor que os dois sentiram um pelo outro foi quase instantâneo e essa união, de forma alguma poderia se romper. Não importasse o quanto ela fosse esticada, não se arrebentava, apenas se tornava mais flexível. O que eles passaram foram situações imagináveis, capazes de nos fazer sentir raiva, pena, alívio. E, principalmente, de nos perguntar como poderia dar certo, ao final. “Mas a ironia era que ele tinha necessidade de fugir, de estar livre, e Kate precisava se segurar à vida. Era como um cabo-de-guerra. E, no entanto, ele sentia que, se pudessem relaxar a força, ambos venceriam.” 

Todo o livro é uma montanha russa, cheia de altos e baixos. Kate e Joe brigam e se reconciliam, se separam e se reencontram. E em cada momento é extasiante, difícil não se deixar envolver. Juntamente com Kate amei Joe. E muito ao contrário dela, também odiei. Bastante. Não por seu amor em primeiro plano com os aviões, mas por causa do seu egoísmo. Às vezes era difícil acreditar que ele se importava com ela, ou que pensava em outra pessoa além dele. 

Por muitas vezes fiquei com raiva de algumas decisões dele, e outras por causa das decisões dela, ou falta das decisões. Por isso foi um alívio quando eles finalmente aprenderam os passos dessa dança exótica. Foi difícil, mas aprenderam. 

Cheio de situações inesperadas, o livro nos apresenta personagens incríveis, complexos e ambientes tão divergentes quanto harmoniosos. Entremos nessa dança com o casal principal, tropeçamos e voltamos com eles. Um livro romântico, diferente de todos os outros que eu já li. Não é daqueles romances “bonitos” em que o amor supera tudo, mas algo mais próximo ao real, em que nada é tão fácil e que para tudo é preciso batalhar bastante. Mas que depois de tantas feridas e cicatrizes, tudo pode valer à pena.

O Diário de Anne Frank (Anne Frank)

Com muita personalidade, Anne era uma jovem descobrindo-se em plena adolescência. Muito estudiosa e apaixonada por livros, tinha como sonho tornar-se uma artista e escritora famosa. A família Frank era composta por quatro pessoas: Anne, seus pais, Otto Frank e Edith Frank, e a irmã, três anos mais velha, Margot Frank. 

Quando ela tinha quatro anos de idade, a família decidiu que deveria sair da Alemanha para fugir dos ataques de Adolf Hitler contra os judeus. O pai de Anne abriu uma empresa que fornecia frutos e ingredientes para a produção de geleias e, com isso, conseguiu estabilizar-se financeiramente. O próximo passo era trazer a família para Amsterdã, onde Anne e Margot teriam acesso a uma boa educação. 

Em 1940, a Holanda foi invadida pelos nazistas alemães comandados por Hitler, e a população judaica do país começou a ser perseguida. O regime nazista impôs restrições aos judeus, como toque de recolher ao entardecer e proibição de frequentar os mesmos locais que os demais cidadãos. Uma outra determinação feita pelo regime nazista foi obrigar os judeus a utilizarem uma Estrela de Davi amarela em suas vestimentas para que pudessem ser identificados. Anne também teve que usar uma. 

Em seu aniversário de 13 anos, Anne foi surpreendida pelo pai com um caderno para anotações. O objeto tinha capa vermelha, com alguns detalhes, e agradou muito à adolescente, que fez dele seu diário. A primeira escrita no diário foi datada em 14 de junho de 1942. Em suas primeiras páginas, ela conta sua rotina, fala sobre amizades, escola, família, a saudade da avó que faleceu durante o período, e narra também a invasão da Alemanha nos primeiros países. No dia 20 de junho daquele mesmo ano, Anne decidiu que o diário seria uma espécie de amiga e resolveu batizá-lo de Kitty. 

No início de julho, a garota começou a narrar o sentimento de medo que passou a sentir, ao lado de sua família, da situação de invasão dos alemães. Foi nessa época que ela relatou os planos da família para um esconderijo. Contando com a ajuda de amigos nos quais tinha muita confiança, a família saiu às pressas para o esconderijo montado em cima de um armazém que era a casa comercial do pai de Anne, localizada em uma rua junto a um dos canais de Amsterdã. 

O anexo secreto, como ficou conhecido o esconderijo, recebeu a família de Anne no dia 6 de julho de 1942. O espaço tinha três andares, e a entrada era feita por um escritório. No primeiro andar, havia dois quartos pequenos e um banheiro. Acima, havia uma sala grande com uma menor ao lado, na qual tinha uma escada que levava ao sótão. Para tentar garantir que o lugar não fosse descoberto, uma estante foi colocada na porta do esconderijo. 

Além da família de Anne, foram abrigados, dias depois, o casal Van Pels (Hermann e Auguste), com o filho Peter (personagem importante na história de Anne), e, alguns meses depois, Fritz Pfeffer, um dentista e amigo da família Frank, que dividiu quarto com Anne. Com a proximidade diária das famílias, Anne começou a passar mais tempo com o jovem Peter Van Pels, dois anos mais velho que ela. Ela narra em seu diário descobertas sentimentais em relação ao jovem, mas também destaca o medo de magoar a irmã Margot, pensando que ela também poderia estar interessada no rapaz. 

O período de isolamento durou cerca de dois anos sem que as famílias saíssem às ruas, para evitar serem descobertas. Os judeus capturados pelos alemães eram enviados imediatamente aos campos de concentração. Com a situação, as famílias tinham que regrar os mantimentos e, muitas vezes, faziam jejum, optando por qual refeição seria feita no dia. Os alimentos eram levados pelos amigos de Otto. Eles mantiveram o sigilo durante todo o período. 

No dia 4 de agosto de 1944, o anexo foi descoberto. Não se sabe ao certo se houve denúncias ou se a polícia alemã chegou ao local por coincidência. Nunca foi comprovada nenhuma das versões. Todos foram presos e levados para o maior campo de concentração da Holanda: Westerbork. Posteriormente, foram divididos para outras regiões. 

Edith Frank morreu no dia 5 de janeiro de 1945, em Auschwitz, na Polônia. Anne e a irmã Margot foram enviadas para Bergen-Belsen, na Alemanha, morreram provavelmente em março de 1945, com Tifo, e foram sepultadas como anônimas em valas comuns. Otto foi enviado a um hospital, em novembro de 1944, e permaneceu lá até janeiro de 1945, quando as tropas soviéticas venceram os nazistas e libertaram os judeus dos campos de concentração. 

A família Van Pels também foi morta pelos alemães entre 1944 e 1945. Peter foi levado com mais de 11 mil prisioneiros de Auschwitz a Mauthausen, na Áustria, onde morreu em maio de 1945. O dentista Fritz — chamado de Dussel no livro — morreu em 1944, na Alemanha.

O diário de Anne foi encontrado pela secretária Austríaca Miep Gies que trabalhou com eles e esse diário foi entregue por ela ao pai de Anne Frank, onde o mesmo mais tarde o publicou.

Papillon (O Homem que saiu do inferno) - (Henri Charrière)


Papillon (Henri Charrière) Henri Papillon Charrière (Apelidado de Papillon) nasceu em 1906 em Árdeche e foi condenado à prisão perpétua em Paris. 

Ele tinha 25 anos quando em outubro de 1932 fora levado para o Departamento do Sena, em Paris, para ser julgado de um crime de assassinato de um homem chamado Roland Le Petit. Papillon se dizia ser inocente e que a testemunha Pollein mentia sobre o crime pois tinha feito um acordo com a polícia que era promovida sempre que se descobrisse o autor de um crime. Sendo assim, o advogado da acusação foi mais habilidoso e conseguiu que os jurados condenassem Papillon à prisão perpétua com trabalhos forçados em uma colônia penal que foi criada por Napoleão Bonaparte. 

Papillon ficou um tempo primeiramente em Saint-Martin-de-Ré. Enquanto aguardava a partida ele guardara dentro do ânus um canudo com 5600 francos. Era o dinheiro que ele teria que guardar para “comprar cúmplices, libertos e vigilantes”. Assim faziam outros prisioneiros. 

Enfim, chegou o dia da viagem em um navio de 1800 homens para a penitenciária, o centro de degredos de forçados. Chamava-se “Penitenciária de Saint-Laurent-du-Maroni”. Ali fazia-se a triagem. Os desterrados (Degredados, exilados) iam para uma penitenciária chamada Saint-Jean. Os forçados eram classificados em 3 grupos: Os mais perigosos iam para as Ilhas da Salvação para o resto da vida. Essas ilhas se chamam: 1) Ilha de Royale; 2) Ilha de Saint-Joseph, que é a maior; 3) Ilha do diabo, a menor de todas, onde ficavam mais os forçados políticos, em geral. O segundo grupo são os menos perigosos ficariam no campo de Saint-Laurent fazendo trabalhos de jardinagem e cultivo da terra. Em casos de necessidade eles seriam enviados para campos muito duros, como o Campo Florestal, Charvin, Cascata, Enseada Vermelha, Quilômetro 42, chamado “O Campo da Morte”. E o terceiro grupo seriam os empregados na administração, nas cozinhas, na limpeza do povoado e do campo ou em diversos trabalhos como oficina, marcenaria, pintura, eletricidade, alfaiataria, lavanderia, etc.. 

Um conhecido de Papillon, Sierra, que trabalhava na enfermaria, o chamou e o internou juntamente com Degas, amigo de Papillon, por 200 francos por semana, para os manterem um tempinho no hospital, longe dos vigilantes e das penas impostas. E no hospital, ele ficou conhecendo Maturette, um rapaz jovem; e Clousiot. Esses amigos juntamente com Papillon conseguiram fugir depois de terem armado um bom plano para a fuga. Nessa fuga Clousiot quebrara a perna. 

Então, através de Jesus que os acobertara, eles fugiram pelo rio. Porém o barco era muito velho e eles tiveram que ir até a ilha dos leprosos onde compraram um barco muito bom para poderem entrar em mar. Nessa ilha só havia leprosos em estados críticos da doença, mas eles os receberam muito bem. Já em mar eles enfrentaram muitas ondas, chuvas e tempestades. Mas conseguiram depois de muitos dias chegar a Ilha inglesa de San Fernando, que fica em Trinidad. Mas, embora tenham feito boas amizades ali a duração foi de poucos dias pois a cidade não admitia que refugiados se instalassem lá. E assim tiveram que retornar novamente ao mar enfrentando tempestades e muitas e muitas ondas, até que chegaram a um lugar com muitos rochedos por causa dos ventos e ondas muitos fortes e tiveram que pular nas águas e nadarem até a ilha. O barco se desmanchou no atrito com as rochas. E o local se chamava Curação. 

Em Curação, eles foram presos pelo chefe de segurança da ilha até os libertarem para que eles comprassem um outro barco para irem embora. E assim o fizeram, com a ajuda do Dr. Naal, o primeiro que os ajudou. 

E tiveram que voltar novamente para o mar com direção a Honduras Britânica. E navegavam entre os perigos do mar até que novamente foram perseguidos e presos por soldados policiais territoriais de um lugar chamado Rio Hacha. Nessa prisão do Rio Hacha Papillon fica conhecendo Antônio, um colombiano o qual através dele conseguiram fugir depois de arrumarem uma serra e serrarem as grades da cela. Os outros amigos não quiseram ir. Antônio e Papillon andaram muito até determinado ponto e depois Antônio deixa Papillon seguir sozinho. 

Papillon anda, anda, até chegar em uma aldeia de índios. Lá é recebido por um cachorro que o morde forte. Com isso, uma jovem índia fica cuidando do ferimento da perna de Papillon, e os índios o aceitam bem na aldeia. Essa comunidade índia se chama Guajira. E a índia que cuidou dele se chama Lali. Logo adiante os dois tem um envolvimento amoroso e dormem sempre juntos na rede. E depois, a índia oferece também a sua irmã mais nova, para ficar com Papillon. Ele resiste porque ela era quase uma criança, mas depois de tanto desejo delas, Papillon também tem um envolvimento com Zoraima, a irmã de Lali. Desse relacionamento Zoraima fica grávida. Logo depois Lali também fica grávida de Papillon. 

Já fazia 6 meses que Papillon estava convivendo com os indígenas, mas Papillon tinha que continuar com os objetivos de seguir adiante para a Venezuela ou a Colômbia. Iria atrás dos inimigos que lhe fizeram mal de terem lhe condenado inocentemente. Mas Papillon prometera às duas irmãs índias que voltaria um dia. E foi emocionante a despedida onde todos pediam que ele ficasse. E quando Zato, o chefe da tribo perguntou: “Por que quer deixar os seus amigos”? Papillon respondeu: “Devo perseguir aqueles que me trataram como um animal. Graças à você eu pude viver feliz, comer bem, encontrei amigos nobres, mulheres que colocaram o sol dentro do meu peito. Mas isso não pode transformar um homem como eu num animal, capaz de, após encontrar um abrigo quente e bom, permanecer nele a vida toda, por medo do sofrimento que a luta costuma trazer. Vou enfrentar meus inimigos. Parto em busca de meu pai, que precisa de mim. Deixo aqui a minha alma, em minhas mulheres, Lali e Zoraima, deixo as crianças que são o fruto dessa união... se morrer no cumprimento do meu dever, terei morrido pensando em vocês, pensando em Lali, em Zoraima, nos meus filhos, e em todos os índios guajiros, que são a minha família. Aqui encontrei amor, paz, tranquilidade e nobreza. Adeus guajiros, índios selvagens da península colombo-venezuelana. A maneira selvagem de viver de vocês, a maneira como vocês se defendem, me ensinou uma coisa muito importante para o futuro: que é melhor ser um índio selvagem do que um literato transformado em juiz. Voltarei um dia, não há dúvida. Como? Não sei. Mas faço a mim mesmo a promessa de voltar”! 

Papillon, depois de andar um pouco, foi em um caminhão que ia para Santa Marta. Porém o motorista bebia muito e acabou errando o caminho, entrando em um caminho lamacento. Logo após, uma carroça que vinha com freiras e iria para perto de Santa Marta acabou dando carona para Papillon. Depois, uma delas disse que tinha visto uma foto de Papillon no jornal como foragido de Rio Hacha. Ainda assim o levaram para o convento onde ele poderia passar a noite antes de prosseguir. Porém no outro dia, alguém (Não se sabe quem) chamou a polícia sem que Papillon saiba e então ele foi levado para a prisão colombiana de Santa Marta onde estavam os velhos principais amigos de fuga franceses: Maturette e Clousiot. Papillon tinha quinhentas a seiscentas pérolas do mar que ganhou de Lali, a índia, mas foram subtraídas pela madre superior. 

O comandante da prisão de Santa Marta colocou Papillon em um calabouço de podridão (Prisão subterrânea) imundo com água suja, carangueijos, ratos. Aí veio o arrependimento por não ter valorizado o presente que Deus o havia dado, a liberdade na tribo, duas mulheres maravilhosas (As índias), a natureza, o sol, a praia, e como ele foi bem adotado pela tribo. 

Papillon tinha 36 moedas de ouro de 100 pesos que ganhara do chefe de uma tribo indígena. Dias depois Papillon fez uma proposta ao comandante da prisão; que se vendessem suas moedas, o comandante ganharia uma parte. E contou também das pérolas que ficaram com a ladra madre superior. Em troca, Papillon queria que o comandante o deixasse roubar um barco para a fugir dali. Daí o comandante mandou os policiais buscarem as pérolas. E aceitou o acordo, desde que chovesse para que ele pudesse provocar um curto-circuito para facilitar a fuga. Mas não choveu nesses dias até que chegou o dia em que eles foram transferidos para uma prisão que se chama “80” em Barranquilha e o comandante não teve como evitar. 

Em Barranquilha, por algumas vezes Papillon e seus companheiros tentaram fugir, mas acabou não dando certo. Uma vez, em uma determinada tentativa de fuga, Papillon ao pular do muro para uma rua de 9 metros abaixo do muro teve os dois pés quebrados e Clousiot quebrara a perna novamente. Com essa tentativa de fuga, Papillon foi espancado pelos soldados, só não sendo morto porque Don Gregorio, o comandante dessa prisão, o protegia. Depois disso, Papillon ainda tentou uma última fuga ali. Subornando um grupo de pessoas, ele pagou para que conseguissem tudo o que precisava para explodir o muro com dinamite. No entanto, a explosão não abriu o muro e ele se lamentou na luta pela liberdade! 

Papillon iria lutar por sua liberdade até o fim. E sentiu Deus lhe dizendo: “Você sofre e vai sofrer mais ainda, mas desta vez resolvi ficar com você. Você será livre, e vencerá. Prometo”! 

Papillon, ainda se recuperando dos pés, temia muito ser levado para a reclusão na ilha de Saint-Joseph, na Guiana Francesa (Apelidada por devoradora de homens) onde ninguém jamais conseguiu se evadir dela em 24 anos de sua existência. Porém, não teve jeito. O barco chegou para buscá-los e tiveram que partir para essa ilha, com os seus inseparáveis amigos de fuga, Clousiot e Maturette. 

Em Saint-Joseph, como castigo, eles teriam que cumprir 2 anos de pena dentro de uma cela (Solitária) por tentativa de evasão. E depois eles seriam’ mandados para a ilha da Salvação para o resto da vida. Nesta ilha de Saint-Joseph, na cela 234, Papillon, também chamado de Chèrrieri, para não ficar maluco, tentou viver se exercitando com curtos passos, para lá e para cá. Seriam 2 anos ou 730 dias dentro da solitária escura, cheia de centopéias, e sem poder falar nem com o guarda; uma tortura desumana! 

No dia 26 de junho de 1936, Papillon acaba de cumprir a sua pena de 2 anos na solitária e seus amigos também que estavam em outras celas. Saindo da sua cela ele se encontrou com os amigos Clousiot e Maturette, ambos também muito magros, e fisicamente “acabados”, tanto que Clousiot fora internado no hospital da ilha de Royale onde dias após morrera com apenas 32 anos. Todos estavam agora internados neste hospital de Royale para recuperação. 

Dias depois, recuperados, Maturette ficara ali nesse hospital trabalhando como enfermeiro-ajudante e Papillon tinha que cumprir a sua pena em liberdade limitada na área externa, ou seja, na ilha (Ilha da Salvação) e trabalhava pela manhã como limpador de latrinas (Banheiro, lugar para dejeções). O restante das horas vagas ele passava pescando. Nesta ilha era impossível qualquer fuga, porque além do mar ser infestado de tubarões, ainda tinha o risco de afogamento. 

Um dia Papillon fez amizade com um marceneiro, o Bourset que trabalhava em um jardim, e com isso ofereceu 2000 francos para que este construísse uma jangada de forma escondida. Ele aceitou. Papillon sempre desejou fugir; o seu pensamento desde o começo era sempre de fuga. E assim, durante quatro meses a jangada ia sendo feita às escondidas. No dia em que ela ficou pronta e a fuga seria durante a noite, apareceu um guarda com a arma apontada dizendo que eles estavam presos. Na realidade eles estavam sendo observados já há alguns dias onde Bérbet Celier, o vigia da oficina onde trabalhava o marceneiro, os tinha dedurado aos comandantes. 

Papillon desejou matar Bérbet Celier e aproveitou uma ocasião de acareação entre eles e mostrou-lhe a faca. Mas Bérber o atacou primeiro rasgando-lhe nos músculos. Em seguida Papillon enfiou-lhe a faca no peito e assim Bérber foi morto. 

Papillon, então, pegou 8 anos de reclusão dentro de uma cela por ter matado Bérber. Porém depois de 18 meses, apareceu um médico novato, o Dr. Germain Guibert que consultava os prisioneiros. Este parecia ser mais humano com os presos e fez com que houvesse a saída deles uma vez por semana durante 1 hora para banho de sol e de mar. Um dia, nestas saídas, Papillon vendo que uma garota se afogava no mar ele arriscou a sua própria vida para salvá-la. Como resultado, um mês depois o Dr. Germain Guibert obteve a suspensão de Papillon (Alegando falsamente motivos médicos) da pena de reclusão de 8 anos e este voltara a “ser livre” nos trabalhos forçados na ilha de Royale. 

Havia entre centenas de homens muitos assassinatos a facadas, as vezes por motivos fúteis. Um dia enfiaram a faca no coração de um amigo de Papillon, o Mathieu Carbonieri. Quando alguém morria era jogado ao mar para os tubarões que atacavam e comiam o morto em segundos. O mar era infestado de tubarões querendo se alimentar. 

Um dia Papillon resolveu se fazer de louco para poder ficar no asilo dos loucos, onde supunha ele, seria mais fácil para fugir. E o médico, consultando-o acreditou nessa loucura encaminhando-o para o asilo dos loucos. Nesse asilo, com a ajuda de um amigo, o Salvidia, eles arrumaram uns tonéis que esvaziaram, cordas para amarrá-los e farinha com açúcar. Mas, a fuga não deu certo pois as ondas eram tão fortes que os tonéis foram espatifados contra os rochedos. Felizmente Papillon fora salvo, mas seu amigo foi levado pelas ondas e morrera afogado. 

Tempos depois o médico encaminha Papillon para a Ilha do Diabo que é a menor das Ilhas da Salvação. Lá, Papillon passa o tempo todo estudando o mar, as marés, as ondas violentas nos rochedos; com a intenção de fuga. E um dia ele e mais um amigo, o Sylvian resolveram dar início à fuga. Assim, arrumaram duas jangadas com sacos de cocos e depois de já terem estudado bem o momento certo de entrar no mar, eles assim o fizeram e saíram as 19 horas da noite. E finalmente obtiveram êxito! 

Então, durante uns 3 dias seguiam no mar, em frio, em calor, em momentos difíceis. Mas quando, finalmente, já estavam chegando a 300 metros da mata, Sylvian desceu da jangada achando que podia seguir andando pela crosta seca. Porém, infelizmente, essa areia o afundava cada vez mais até ele ser enterrado pela areia. 

Assim, Papillon por três dias andava e acampava no mato e se alimentando dos cocos que ele tinha trazido consigo. Seu destino seria ir próximo do presídio de Kouron. Lá havia um detento chinês chamado Cuic-Cuic que esperava por ele para fugirem dessa ilha juntos. Foi através do negro Jean que Papillon fizera amizade pelo caminho que tudo fora planejado. Cuic-Cuic já tinha fugido da penitenciária e estava escondido em uma carvoaria, uma ilhota aonde ninguém ia pois era coberta por lama que afunda. Cuic-Cuic era um sujeito perigoso pois tinha assassinado três homens na floresta e estava incinerando (Queimando) eles no forno da carvoaria. 

Enfim, eles compraram um barco e saíram dessa ilha em direção ao mar. E assim fugiram Papillon, Cuic-Cuic e mais um detendo do local - o Maneta. Depois de viajarem uns dias Papillon ia se lembrando dos longos mais de 10 anos de trabalho forçado como prisioneiro das ilhas. E assim, chegaram em Georgetown, capital da Guiana Inglesa, e... livre... ele se sentia livre, pois era época de guerra e em época de guerra nenhum país devolvia os evadidos. 

Em Georgetown, Papillon tinha um endereço de um ex-detento francês, dado por um policial antes. E foram os três morar na casa desse detento - o Guittou, que fica em um bairro que se chama Penitence River e tinha muitos hindus. Dali começaram a trabalhar para ajudar nas despesas, comprando verduras e legumes do campo e revendendo na cidade. 

Papillon, que já era casado na França, acabou se envolvendo com Indara, uma bela hindu. E ele foi morar com ela. Trabalhava também como tatuador, uma de suas profissões. Depois comprou um restaurante de nome “Victory” e também trabalhou como caçador de borboletas raras para vendê-las. Depois, vendeu o restaurante e montou uma boate com o nome de “Casa de Bambu”. Trabalhava sempre com os amigos. Porém, um dia houve um problema na boate com um cliente e uma dançarina, o qual o cliente ficou muito nervoso e atirou na dançarina matando-a. Depois da confusão, a polícia acabou fechando a boate. 

Logo depois, Papillon, começou a cansar de Georgetown e resolveu com mais 4 amigos pegar um barco escondido e fugirem para outro País. Papillon deixara Indara a sofrer sem ao menos avisar. E voltou para o mar com os amigos! 

No mar, Papillon viu em outro barco uma bandeira muito bonita e cheia de estrelas. E ele disse: “Percebo uma bandeira que não é inglesa. Cheia de estrelas, muito bonita, eu nunca vi essa bandeira em minha vida. Mais tarde, essa bandeira vai ser a “minha bandeira”, a da minha nova pátria, para mim, o símbolo mais emocionante, o de ter, como todo homem normal, reunidos num pedaço de pano, as qualidades mais nobres de um grande povo, meu povo”! 
Obs: Assim, estudos dizem que essa bandeira poderia ser a “Bandeira do Brasil”, e que Papillon viera a se estabelecer definitivamente no Brasil!

Então, Papillon e os amigos, depois de sofrerem muito no mar com sede, fome e queimaduras do sol chegaram à Venezuela. Um grupo de pessoas aparentemente bem pobres, é que ficaram cuidando deles. Mas, depois de uns dias alguém avisou à polícia e eles foram capturados e levados para a colônia El Dorado, um campo forçado de trabalho onde a desumanidade e o horror predominavam de tal forma que matavam até com pauladas. Na época, esse sistema duro de longos anos era do ditador Gómez.

Então, nesse campo de trabalho forçado na Venezuela, eles colocaram o pequeno grupo como mão de obra e Papillon cuidava de uma horta. E ele ficou ali um tempo, até que houve um golpe de Estado que derrubou o presidente da República. E todos os oficiais foram substituídos. O diretor do presídio também fora substituído. E este novo diretor, o Coronel Francisco Bolagno Utreta colocara Papillon em liberdade. Era agosto de 1944 e Papillon tinha esperado 13 anos por esse dia. 

Assim, termina essa grande aventura. Houve uma amizade entre Papillon e o Coronel Francisco Bolagno Utreta. Papillon saiu, decentemente vestido graças ao coronel que lhe dera essas roupas. Apesar da sua alta posição na hierarquia militar o Coronel Francisco nunca deixou de testemunhar a sua fiel amizade por Papillon e o ajudar em tudo. 

Papillon sai para viver em Caracas, e disse para si mesmo que viveu uma vida de malandro e aventureiro, mas que daí em diante ele viveria corretamente. E um dia, quem sabe, contaria o restante das suas aventuras... 


Frases marcantes de Papillon ou Henri Charrière:

 • “Este filme, ao qual assisto sem querer, esta projeção de uma lanterna mágica iluminada contra minha vontade pelo meu subconsciente, enche de doce emoção esta noite de expectativa para o salto em direção ao grande desconhecido do futuro” (Papillon, Henri Charrière). 
• “Toco nele hoje, neste sol que se levanta para devorar aquilo que não tem força suficiente para suportá-lo. Toco realmente em Deus, sinto-o em volta de mim, dentro de mim” (Papillon, Henri Charrière). 
• “Absolutamente ninguém, nem os muros grossos, nem a distância em que se acha essa ilha perdida no atlântico, nada, absolutamente nada, coisa alguma de moral ou material impedirá minhas viagens deliciosamente coloridas pelo tom róseo da felicidade, quando decolo e voo para as estrelas”. (Papillon, Henri Charrière). 
• “Sou um homem livre, livre! Um calor sobe-me à garganta; acredito mesmo que lágrimas saem dos meus olhos. É verdade. Estou definitivamente livre”! (Papillon, Henri Charrrière).

Robin Hood (Howard Pyle)


Robin Hood, um rapaz que após matar um homem se vê obrigado a fugir para a floresta e se esconder dos guardas do rei, tornando-se um fora da lei. Em suas inúmeras aventuras e lutas, Robin conhece homens bons e corajosos que largam suas vidas para morar com ele na floresta de Sherwood. Esses homens tornam-se o bando de Robin, todos devem usar roupas verdes e serem alegres e hospitaleiros com quem passar pela floresta. 

O bando sobrevive com a caça dos cervos do rei e com o financiamento dos homens ricos da Inglaterra. Eles fazem festas em Sherwood e cobram pelo banquete e entretenimento que proporcionam. Com essas moedas, confiscadas dos nobres, o bando ajuda os camponeses da cidade, que na visão de Robin precisam de mais dinheiro que eles e que os nobres. 

Quem não fica contente as atitudes Robin Wood e seu bando é o xerife de Nottingham, que sempre tenta capturar e acabar com as festas dos homens alegres da floresta, no entanto, Robin e seu bando escapam de todas as armadilhas do xerife, deixando-o cada vez mais zangado.

 *** 

Tudo começa alguns anos antes do primeiro volume de Sobre Amor e Lobos, Locksley, quando John ainda é um homem casado e capitão da guarda de Nottingham, mas que, por algum motivo, sente um grande vazio no peito e, em vez de viver verdadeiramente, está apenas acostumado a uma rotina enfadonha. 

Seu relacionamento com a esposa, Mary, é frio, sem qualquer sentimento de qualquer uma das partes, o que, ao menos é o que me parece, é mais culpa dela do que dele, que não faz o menor esforço para ser uma pessoa agradável e afasta a todos com seu jeito. Isso faz com que John a tire do castelo e viva com os filhos em uma casa numa região afastada da cidade. No entanto, ele continua visitando a mulher e os filhos e cuidando deles com dedicação. Aliás, os filhos são a única coisa boa resultante dessa união. 

Apesar da fachada de frieza, John é um homem atraente e que desperta o interesse de muitas jovens. E a nobre mais importante da cidade (ao menos é a impressão que eu tive), fiel aos princípios que regem o amor cortês, decide que é injusto que alguém como ele fique preso a uma vida sem paixão, sem desejo, sem fogo, quando existem tantas mulheres que dariam tudo para ter ao menos uma noite nos braços do belo capitão. Começa então a criar estratagemas para mudar esse quadro, o que não deixa John lá muito feliz. 

E é em meio a isso que seu caminho se cruza com o de Elizabeth, que vem para tirá-lo do marasmo e da rotina de vez. Esses dois não são fáceis e passam por muita coisa antes de admitir o que sentem. É um verdadeiro jogo de gato e rato. Eles constantemente tomam atitudes que enfurecem um ao outro e, algumas vezes, arrumam formas não muito inteligentes de se “vingar”. 

Uma dessas ocasiões acaba resultando numa situação bastante complicada que eles precisam resolver juntos. É quando o convívio aumenta e a tentação se torna grande demais para que consigam resistir por muito tempo. Assim, depois de passarem pela provação, eventualmente, eles acabam se rendendo à paixão e ficam juntos para sempre.