A Cabana (William P. Young)

Relato de um drama trágico de morte de criança ocorrida em período de férias familiares. O Soco irreversível no corpo e alma dessa família provoca una reflexão essencial: a saber , a do pai que,pega para si, afora a dor que sente, a responsabilidade de ter podido evitar o drama.
A mãe da menina não estava presente no local do acidente e, a partir daí, todos passam a vive r no mundo das sombras provocado pela perda do anjo em idade de brincadeiras e inocências.
O pai é o grande personagem do livro.Aquele que vai empreender a longa e interminável peregrinação para a compreensão do ocorrido, sob o ponto de vista religioso ,tentando aqui uma harmonização à maneira como a esposa compreende os acontecimentos da vida, mesmo este, referente à carne de sua própria carne.
A caminhada é pedregosa, o marido não aceita de forma tão branda os dogmas da aceitação e da conformação propostas pela filosofia cristã.
O pai anseia por descobrir quem teria sido capaz de perpetrar tamanha crueldade contra sua ´´bonequinha``, há nele sentimentos de vingança.Não que neles creia encontrar soluçao para aquilo para o que sabe não há mais volta , nem se chama ele Lázaro nem estamos vivendo entre Jesus, quando ele aqui esteve entre os homens e até milagres deste tipo realizou.
Este homem passa a observar como a mulher se relaciona com intimidade com Deus criador e toda a santíssima trindade .Ela chama a Deus de Papai como se fora seu pai terreno e isso lhe traz um enorme conforto espiritual. Intrigado com essa familiaridade estabelecida por sua mulher com o Criador ocorre de um dia cair em profundo sono e sonhar com uma Cabana.
Esta Cabana lhe aparece como uma possível chave para dirimir suas angústias. Nela encontraria respostas que lhe ajudariam a apaziguar a alma.Como se não fora sonho, encaminha-se para a Cabana , onde conhece três personagens, correspondentes às três partes da trindade. O pai é uma mulher, é gorda e é negra, logo absolutamente fora dos parâmetros pré-concebidos pela religião cristã.
O livro procura subverter conceitos pré-estabelecidos. Além de considerar o drama pessoal do personagem acolhido na Cabana imaginária, o livro aproveita para discutir questões pertinentes ao campo da justiça. Sobre o estupro sofrido pela criança , o Pai eterno indaga ao homem de que forma ele conduziria o julgamento caso um filho dele se tratasse. O personagem fica sem respostas. É difícil julgar o próximo, quando ele é muito próximo a nós.
A Justiça é difícil de ser feita e difícil: é escolhermos sob qual ótica filosófica colocarmo-nos para que possamos nos sentir acima do Bem e do Mal.
Será a justiça subjetiva???
O Fato é que os livros de auto-ajuda, ao contrário do que dizem, permitem o exercício do pensamento. Tudo depende de quem os leia.

Observações:
O livro aborda a questão recorrente da existência do mal através da história de Mack Allen Phillips, um homem que vive sob o peso da experiência de ter sua filha Missy, de seis anos, raptada durante um acampamento de fim de semana. A menina nunca foi encontrada, mas sinais de que ela teria sido assassinada são achados em uma cabana perdida nas montanhas.
Vivendo desde então sob a "A Grande Tristeza", Mack, quatro anos depois do episódio, recebe um misterioso bilhete supostamente escrito por Deus, convidando-o para uma visita a essa mesma cabana. Ali, Mack terá um encontro inusitado com Deus, de quem tentará obter resposta para a inevitável pergunta: "Se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar nosso sofrimento?"