Demônios (Aluísio Azevedo)

“Demônios” é o primeiro volume de contos de Aluísio Azevedo. Publicado em 1893, reúne pequenas narrativas humorísticas, ao estilo de Guy de Maupassant; um conto longo, “Demônios”, considerado por muitos um precursor da ficção científica brasileira; e algumas histórias propriamente naturalistas.
Há mais de cem anos demônios invadiram a noite do célebre escritor naturalista Aluísio Azevedo, levando-o a escrever um conto fantástico. No conto “Demônios”, Aluízio de Azevedo coloca um ar de suspense em uma história naturalista/realista em certas partes do seu texto.
A História começa com o personagem tendo certas alucinações que o levasse a duvidar sobre o que era aquilo. O autor (personagem sempre falando em 1ª pessoa) fôra dormir, porém o dia não amanhecia. O sol não se abria  mais e o mundo estava em completa escuridão. Todas as pessoas haviam morrido e tudo estava fora do normal: pessoas mortas, o mundo e a natureza parados. Apenas sobrara sobrevivente ele mesmo, ali. E foi quando se lembrou de sua noiva, Laura. Então saiu na escuridão tateando para não errar o caminho e foi até a casa da noiva. Pelo caminho encontrava mortos esticados no chão. Chegando lá teve que entrar em todos os cômodos, onde encontrou o pai da moça morto e a mãe dela também. Depois foi ao quarto da noiva quando a encontrou sem vida, fria. Mas, depois de uns instantes, como que por uma milagre a moça respira e acorda. Enfim, pelo menos a noiva, uma só pessoa no mundo estava viva como ele. Como não havia mais ninguém no mundo o casal começou a andar por esse “novo mundo”, com a intenção de morrerem juntos os dois.
Porém coisas muito estranhas começaram a acontecer, tanto com ele quanto com a noiva: Transformações foram ocorrendo no corpo dos dois de acordo com o tempo que passava passando de mudanças físicas a mudanças mentais, tornando-os como animais selvagens. E os dois se eternizaram com o verdadeiro amor entre eles.
“E, abraçados a princípio, soltamo-nos depois e começamos a percorrer o firmamento, girando em volta um do outro, como um casal de estrelas errantes e amorosas, que vão espaço a fora em busca do ideal”.
O final foi um pouco inesperado. A estória se resume que nada do que foi dito aconteceu realmente. É que toda essa estória aconteceu em uma noite de insônia do autor que esperando o dia amanhecer, escreveu esse conto.
“Ora fica aí leitor paciente, nessa dúzia de capítulos desenxabidos, o que eu, naquela maldita noite de insônia, escrevi no meu quarto de rapaz solteiro, esperando que Sua Alteza, o Sol, se dignasse de abrir a sua audiência matutina com os pássaros e com as flores”.